terça-feira, 18 de dezembro de 2007

É Natal, é Natal!

Férias... Só por si justificariam o entusiasmo dos últimos dias. Mas a alegria, nesta altura do ano, tem outro motivo: é Natal! Sim, porque o Natal vive-se mais até nos dias anteriores, dias de preparativos e planos, dias de expectativa... E, apesar de regressar todos os anos, com os mesmos rituais, as mesmas cores, as mesmas imagens, recebemo-lo sempre como se fosse momento único e irrepetível...


Este ano, fui presenteada com um pedacinho desta alegria festiva. Veio bem embrulhada entre laços e palavras, era doce como os bombons que todos provámos e saltava cintilante de dentro dos postais...





Agradeço os presentes, as palavras ditas e escritas, mas principalmente o que tudo isto representa. Aproveito, finalmente, este espaço para retribuir a todos, alunos e colegas, os votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo.
Alessandra

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Poemas que falam por nós


Há pelo menos mil e uma razões para se gostar de um poema. Melhor: largos milhares - para evitar coincidências pouco dignificantes com o número de maneiras de cozinhar bacalhau e porque milhões seria talvez um leve exagero... Uma delas poderá ser aquela impressão que por vezes nos deixa de que somos autores (co-autores, vá) de palavras que não escrevemos nem seríamos capazes de escrever...
Quando hoje casualmente tropecei no poema de Carlos Drummond de Andrade que abaixo transcrevo, tive a sensação de que o meu pensamento só mudou de sotaque…


Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Drummond de Andrade

Hoje, o poema é meu, ou antes, “meu”… Espero que as próximas selecções poéticas sejam vossas… Que acham da ideia de organizarmos uma antologia com os nossos poemas preferidos?

sábado, 8 de dezembro de 2007

O preço das palavras

Se há coisa que não percebo - e que, como tudo o que não percebo, me irrita solenemente - é essa mania (pelo menos tão antiga como eu) de comprar e vender palavras. É, de facto, difícil de aceitar que umas rodem sem parar na boca de todos até se lhes desbotar o sentido e outras nunca cheguem sequer a ganhá-lo, fechadas a sete chaves entre as capas duras do dicionário... E tudo porque algum capitalista sem escrúpulos se lembrou um dia de lhes pôr um preço - e um preço alto!... Ora toda a gente sabe que as palavras não têm preço. «São um bem inestimável» - diria, certamente, um desses magnatas letrados que têm os cofres cheios de palavras tão caras e valiosas que já até adquiriram o estatuto de "vocábulos". E é daí que nascem todas as confusões: bem ao contrário do que acontece com carros, casas e jóias, as mais baratas vêm a ser as mais caras (se não a todos, pelo menos à maioria), e as mais caras as menos apreciadas, com tudo o que há de contraditório e inexplicável nesta (i)lógica. Mas os problemas não se ficam por aqui: se antigamente (na época em que se estudava gramática na escola) as diferenças de classe opunham substantivos a verbos numa disputa interminável pela supremacia, agora a questão é bem outra... O "vocabulário", do alto da sua arrogância engravatada, faz-se caro e difícil e recusa misturar-se com o "palavreado" vulgar que sai da mais comum das bocas... E o palavreado, por sua vez, vai alardeando a sua popularidade, indiferente aos que o acusam de ser pobre e calão... É bem provável que já alguém se tenha lembrado de criar o Partido Social da Palavra para combater os elitismos e a pobreza vocabular ou para lutar pela igualdade dos termos, mas mais certo ainda é que a cínica da demagogia, ovelha negra do redil das palavras políticas, tenha conseguido deitar por terra este sonho democrático...

No fundo, é este o estado actual das coisas e cá me parece que vai continuar a sê-lo até ao dia em que as palavras, como os sorrisos e os assobios, os acenos e as carícias, tudo, enfim, que com significado nos sai da boca e das mãos volte a não ter preço...
Alessandra



Dedico este texto aos alunos que passam as aulas a rotular as pobres palavras de «caras» e aproveito para propor os seguintes exercícios vocabulares àqueles que, em Spalding e Boston, se encontram em preparação para o exame AS:

1. Retira do texto palavras ou expressões equivalentes às abaixo transcritas (desta vez, mas só desta vez, podes usar o dicionário):

a) seriamente, gravemente;

b)desvanecer, descorar;

c) com falta de sentido ou preocupação moral;

d) sem fim;

e) poder ou autoridade máxima;

f) sentimento de orgulho ou vaidade que se exprime por uma atitude de desprezo;

g) gabando-se;

h) estábulo;

i) arruinar, estragar.

2. Encontra no texto um sinónimo de 'magnata'.

3. Explica por palavras tuas o sentido dos vocábulos:

a) elitismo;

b) cínico.

4. Faz corresponder as palavras 'democracia' e 'demagogia' ao seu significado:

a) sistema político em que o poder é exercido directa ou indirectamente pelo conjunto dos cidadãos;

b) simpatia pelo povo;

c) submissão da actuação política ao agrado das massas, com o objectivo de conquistar o seu apoio.


As respostas devem ser escritas numa folha à parte e entregues até ao final do período.

Bom trabalho!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Estreias e reestreias

Verdade: temos estado caladinhos, à espera de que alguma novidade bem estaladiça possa reinaugurar o nosso blog em grande... O certo é que o primeiro período está a correr a toda a velocidade para o Natal e nada nos tem parecido verdadeiramente importante para ser relatado... Nada até agora, pelo menos...
Sim, porque dentro de muito pouco tempo o primeiro (o primeiríssimo) Grupo Teatral Português em Boston vai começar a reunir-se no Drama Studio, em Haven High Technology College. Entretanto, vamos ajudar a divulgá-lo! As inscrições estão abertas a estudantes de todas as nacionalidades.


domingo, 8 de julho de 2007

Portugal maravilhoso

Foram ontem, dia 7/07/07, eleitas as sete maravilhas de Portugal e do Mundo numa cerimónia realizada no Estádio da Luz, em Lisboa, que contou com a presença de várias personalidades internacionais do cinema, do desporto e da música, como Ben Kingsley e Hillary Swank, Scolari e Cristiano Ronaldo, Jennifer López, José Carreras, Mariza e Rui Veloso.


Os monumentos portugueses mais votados pelo público foram os mosteiros de Alcobaça, Batalha e Jerónimos, o Palácio da Pena, a Torre de Belém e os castelos de Óbidos e Guimarães. Aqui encontramos, portanto, sete sugestões para as férias de Verão e um pretexto para anunciar os vencedores do nosso concurso escolar intitulado «Portugal: amor à primeira vista» (ver post do dia 16 de Maio), o Humberto Correia, 12 anos, e a Cátia do Rosário, 15, que, num dia de sol e boa disposição, criaram um cartaz turístico bem atraente e convidativo:





Abra a PORTA à beleza do PORTO.


Espero continuar a contar com a vossa criatividade para futuros trabalhos!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Escola, saúde e novas tecnologias




Ninguém contesta o enorme contributo que as novas tecnologias podem dar ao ensino. Neste caso, acrescenta-se-lhes ainda o mérito de terem encurtado a distância entre Portugal e Inglaterra, colocando frente a frente três médicos de Coimbra e alguns alunos de St. Bede's College e Haven High, em Boston. O relato das vídeo-conferências é feito através dos seus olhos e nas suas próprias palavras...




No ensaio, disputando o microfone...


10 de Março, a primeira vídeo-conferência


«No Sábado passado, eu e a minha amigas, Cátia e Juliana, fomos à escola, mas desta vez não para uma “detention”. Iríamos assistir a uma vídeo-conferência sobre anorexia e bulimia organizada pela professora de Português. Quando chegámos, fomos recebidas pelo Flávio e pelo Rafael, que nos abriram a porta principal.



Preparados para começar...

A conferência estava marcada para as 10h30, mas tivemos que aguardar cerca de vinte minutos, devido a problemas técnicos. (…) O primeiro assunto abordado foi a anorexia. A Dra. Daniela Oliveira falou dos seus sintomas e consequências e apresentou imagens de raparigas anorécticas – chocante! A Cátia estava muito atenta ao que os médicos diziam e, sempre que algum de nós fazia um comentário, mandava-o imediatamente calar-se. No entanto, o que sobretudo a interessou foi o tema da bulimia, que se seguiu. (…)





Compenetrados. Não podíamos perder pitada!


Depois da apresentação, foi altura de colocarmos as questões à médica e esclarecermos algumas dúvidas. Como a Juliana é muito tímida, fomos nós que falámos em sua vez à médica, explicando-lhes os seus hábitos alimentares. Estivemos horas e horas a falar e, como havíamos perdido a noção do tempo, o Mr. Gates, o Director, teve que vir chamar-nos. Afinal, estavam já todos à espera que terminasse a vídeo-conferência para podermos ir enfim…comer!»

Cátia Couto, 15 anos e Sara Rocha, 11 anos (St. Bede's Catholic Science College)


16 de Junho: a segunda conferência online



«Chegámos por volta das dez e meia e encontrámo-nos com o professor Amaral, o Iuri, que vinha com a mãe, e a professora de Português. Só depois reparei na Mrs. Grant. Havia dois computadores na sala, mas a ligação a Portugal estava novamente com problemas. (…)


Desta vez, até tivemos direito a bolchinhas de chocolate!

Começámos a conferência e, passados vinte minutos, a Nadine, aluna do Haven High, chegou. A primeira apresentação, feita pelo Dr. César Santos, foi sobre a puberdade, o início da actividade sexual e os métodos anticoncepcionais, tais como o preservativo e a pílula. Aprendemos ainda que nem todos os métodos – como o do calendário – são eficazes. A segunda apresentação foi sobre doenças sexualmente transmissíveis. A Dra. Cristina Azevedo falou-nos das muitas doenças que podemos contrair se não usarmos preservativo, entre as quais o cancro mole, a SIDA ou a hepatite B, e mostrou-nos imagens muito impressionantes – podem acreditar!
No final, fizemos perguntas sobre o que não tínhamos percebido. A professora estava feliz e ao mesmo tempo desapontada, porque, dos vinte e tal alunos que deveriam vir, só compareceram quatro!

O vídeo da Bárbie Maria e do Ken Manuel foi um dos momentos mais engraçados!

Enfim, foi muito divertido e a professora Alessandra ainda nos deu o email

Sara Rocha, 11 anos (St. Bede's Catholic Science College)

sábado, 30 de junho de 2007

Tempo de antena

Tanto me lamentei por não me darem ouvidos nas aulas que lá acabei por conseguir o tão desejado tempo de antena... Vou mesmo deixar de falar para o boneco para ter uma verdadeira audiência! É já amanhã, dia 1 de Julho, que estreia, na Stump Radio ( 87.7 f.m), a «Hora Tuga», um programa radiofónico em Português que podem ouvir durante o mês de Julho, das 15h-17h. Notícias, divulgação cultural, conversa animada e, naturalmente, muita música nacional transmitida em directo do Centro Cultural Blackfriars, em Boston.


Espero que, desta vez, estejamos em sintonia!

sábado, 23 de junho de 2007

Capítulos do nosso diário escolar

Pois, é... Já há uns dias que o nosso blog não regista novidades. E não porque não as haja; pelo contrário, elas têm surgido em torrentes, velocíssimas e abundantes.

A primeira surpresa foi o empenho dos jovens de Haven High no concurso «Caça ao tesouro»: não houve, de facto, um único enigma para o qual os participantes não tivessem encontrado solução! Mas o grupo vencedor, integrado pelas três Graças (ora aqui está um tema de mitologia para pesquisarem) - Nadine, Sónia e Tânia (por ordem alfabética, para que nenhuma se sinta inferiorizada) -, teve ainda o mérito de ser o primeiro a entregar os mapas de prova, o que lhe valeu o prometido prémio. Não vinha dentro de um baú, nem sequer reluzia, mas a satisfação da vitória só por si já foi compensatória...



As vencedoras.

A última semana (neste caso, até será mais rigoroso dizer-se fim-de-semana), foi também marcada pela realização da vídeo-conferência sobre sexualidade, com intervenções dos Drs. César Lares dos Santos e Cristina Azevedo, reunidos em Coimbra, mas virtualmente presentes em Boston. Embora não tenha sido nada fácil fazer face aos problemas técnicos, a nossa teimosia acabou por tornar possível uma actividade já por várias vezes adiada... Os relatos de ambas as vídeo-conferências realizadas este ano estão já em preparação (é sempre preciso cortar, colar, limar e envernizar os textos antes de os apresentar ao público, não é verdade?) e ser-vos-ão disponibilizados neste blog muito em breve. As autoras são a Sara Rocha, a Cátia Couto (St. Bede's College) e a Nadine (Haven High).



Aqui foram recolhidas as questões que queríamos colocar aos médicos.

A passada semana foi também a primeira de férias para os alunos do 11º ano... É um capítulo que se encerra no seu percurso escolar. Uma promessa fica, no entanto, à espera de ser cumprida no próximo ano lectivo: o regresso às aulas de Português. Conto convosco!

A última das novidades é... melhor não revelar por agora. Adianto que é algo tão interessante como inesperado. Leiam o próximo capítulo para a semana.


quinta-feira, 14 de junho de 2007

O que não se faz por amor à pátria...

Mesmo sem pretender transformar este blog num diário pessoal, não resisto a contar (pelo menos, estou mais talhada para contar do que para cantar) a peripécia que me sucedeu hoje em St. Bede's, o pacato colégio católico onde eu pensava que o pior que podia calhar-me em sorte era enfrentar a irreverência (aí está um dos tais eufemismos de que falávamos) de um ou outro aluno com pouca vontade de trabalhar. Pois estava redondamente enganada. Imagine-se que uma das "teaching assistants" me pediu para repetir o hino nacional, que esforçadamente tinha estado a ensinar a um grupo de alunos na aula anterior. Mas pior: convocou uma plateia numerosa para assistir ao evento, uma plateia que tomou assento, afinou os ouvidos e não admitiu fugas ou recusas. Tive mesmo de cantar!

Só por amor à pátria... ou seria uma completa falsa de senso!...

terça-feira, 12 de junho de 2007

10 de Junho: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Todos parecem saber que dia 10 de Junho é feriado nacional, mas poucos provaram saber o que se comemora, ao certo. O título deste “post” já responde aos menos esclarecidos, a quem peço que realizem – a título de penitência ;) – as actividades que se seguem. Tamanha falta de consciência nacionalista merece mesmo um esforço de redenção!Por isso, toca a trabalhar!





1. Ouve atentamente o Hino Nacional e completa as lacunas:

_______________ do mar, nobre povo,
_________valente, ____________,
Levantai _____________ de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da ________________,
Ó Pátria sente-se _____________
Dos teus egrégios _____________,
Que ___________ guiar-te à vitória!

_______ armas, ______ armas!
Sobre a ___________, sobre o ______________,
_______ armas, _________ armas!
Pela _____________ lutar
Contra os canhões ______________ , ____________!


2. És um verdadeiro patriota? Para testares o teu índice de nacionalismo, responde às seguintes questões sobre o hino nacional:

1. Quem compôs a música do hino nacional?
a) Rui Veloso;
b) Carlos Seixas;
c) Alfredo Keil.

2. Quem escreveu a letra?
a) Carlos Tê;
b) Fernando Tordo;
c) Henrique Lopes de Mendonça.

3. Qual o título do nosso hino?
a) A Portuguesa;
b) Hino da República Portuguesa;
c) Às armas.

4. Em que século foi pela primeira vez entoada a música do hino?
a) XVIII;
b) XIX;
c) XX.

5. Quando se tornou oficialmente hino nacional?
a) 1910;
b) 1911;
c) 1974.

6. Indica um sinónimo de ‘egrégios’:
a) antigos;
b) ilustres;
c) patrióticos.

7. O que significa esplendor?
a) Glória, magnificência;
b) riqueza, abundância;
c) bandeira, estandarte.

Para apurares a tua pontuação, consulta o Dicionário de Língua Portuguesa e o site do Ministério da Defesa Português (antecedentes do Hino Nacional), onde se apresenta o historial completo do nosso hino:
http://www.mdn.gov.pt/Defesa/Simbolos/Simb_Hino.htm

Agora, descobre os resultados do teste:

Se erraste quatro ou mais perguntas:
Atenção! Pendurar a bandeira portuguesa na janela quando joga a selecção e ter um galo de Barcelos em cima do frigorífico não faz de ti um bom patriota. Para sê-lo, há que conhecer um pouco mais acerca da História, da Cultura e da Língua do teu país, que símbolos como a bandeira e o hino tão bem representam.

Se acertaste quatro ou mais perguntas:
Parabéns! És um verdadeiro patriota, daqueles que não perde uma oportunidade para celebrar, de mão ao peito – e de peito inchado – o valor do povo Português!



E, porque, depois do trabalho, a distracção é bem merecida, proponho-vos que se divirtam com uma anedota sobre esse grande poeta da Literatura Portuguesa que é… que é…


Numa manhã, a professora pergunta a um aluno:
-Diz-me lá quem escreveu Os Lusíadas?
O aluno, a gaguejar, responde:
- Não sei, Sra. Professora, mas eu não fui.
E começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai.
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:
- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu Os Lusíadas e ele respondeu-me que não sabia, que não tinha sido ele...
Diz o pai:
- Bem, ele não costuma ser mentiroso; se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, ao passar pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:
- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não! Imagine que perguntei a um aluno quem tinha escrito Os Lusíadas e, respondendo-me que não sabia, começou a chorar.
O comandante do posto retorquiu:
- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto" e vai ver que ele confessa tudo!
Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então, o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem tinha escrito Os Lusíadas. Começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?!
O marido, confortando-a:
- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que, se calhar, foste tu e já não te lembras!...

Afinal, quem escreveu Os Lusíadas?...





Bem, para terminar, e porque 10 de Junho é também o nosso dia, isto é, o dia das Comunidades Portuguesas, não deixem de ver as fotos relativas à celebração da data em Londres, Kennington Park, visitando o site da Comunidade Portuguesa no Reino Unido: http://www.tugas.co.uk/

Até à próxima!

terça-feira, 5 de junho de 2007

Concurso "Caça ao Tesouro" (4 a 8 de Junho)

Neste filme, os actores não são piratas, nem vêm das Caraíbas. Só o “tesouro” é fictício ou, por outra, simbólico. Na verdade, vai haver prémios para o grupo vencedor, mas o que se pretende descobrir ou redescobrir por detrás dos enigmas são sobretudo alguns temas, factos e curiosidades da língua e da cultura portuguesas.




Fico à espera dos mapas de prova, devidamente preenchidos, no fim da semana.

sábado, 26 de maio de 2007

Férias à porta (26 de Maio a 3 de Junho)

Estas são curtas, magrinhas e encolhidas, mas ainda assim prometem tudo - pelo menos no início!... Há muito que suspiramos pela sua chegada e que alinhamos os planos para as horas de liberdade... Que bom: uma semana sem escola!
Pensemos, porém, em conjunto: não é verdade que quanto maior é o esforço mais reconfortante o descanso e quanto mais exigente o dever mais saborosa a recompensa?... Agradeçam, portanto, ao rigor dos dias de aulas a alegria que acompanha a chegada das férias. Aliás, como poderia haver férias – essa grande invenção da humanidade, só comparável à descoberta do fogo - se não houvesse aulas? Neste momento, julgo que estamos mesmo a jeito de concluir: viva a escola!

Divirtam-se… desde já!


Ainda se lembram do slogan «Vá para fora cá dentro»?

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Portugal: amor à primeira vista

Portugal é um país de sedutoras paisagens naturais e arquitectónicas. Só não o sabe quem nunca as teve diante dos olhos. Cabe-nos, pois, a nós a honra de apresentá-lo ao mundo (ou ao nosso pequeno universo de amigos e conhecidos) e é por isso que vos lanço um desafio. Seleccionem uma foto do nosso país numa “pose” bem atraente e legendem-na com um slogan apelativo que consiga fazer jus à sua beleza. Estou certa de que uma imagem apenas bastará para conquistar o mais exigente dos apreciadores.

Entretanto, aqui fica um exemplo para os menos inspirados:


Palácio da Pena, Sintra.

Portugal: amor à primeira vista


O melhor trabalho será publicado neste blog e o seu autor recompensado com um prémio surpresa. Uma pista para os materialistas: não, não é um inútil mérito na caderneta! Uma má notícia para os gulosos: não, não é outro pacote de amêndoas!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O lado anedótico da Língua Portuguesa


Brincar aos professores ou apenas brincar com eles parece ser um dos passatempos preferidos dos alunos… Digo-o, porque, nas últimas aulas, são eles quem me tem colocado à prova com questões – aparentemente simples – de Língua Portuguesa. As respostas tentadas geralmente não satisfazem, mas, pelo menos, o exercício termina sempre com uma boa gargalhada...


- Ó stora, aposto que não sabe qual é a palavra mais longa na Língua Portuguesa.
- Inconstitucionalissimamente? – arrisquei eu.
- Errado. A resposta correcta seria arroz.
- Arroz?! – disse, incrédula, mas sobretudo confusa.
- Pois claro: começa por –a e termina em –z!

Bem, às vezes a brincadeira tem consequências indesejáveis para os seus autores, como esta, que acabou por dar origem a uma longa aula sobre palavras homófonas:

- Ó stora, sabe qual é a palavra portuguesa com mais acentos?
- Na nossa língua, não existem palavras com mais do que dois acentos gráficos e mesmo essas são raras. Temos o exemplo de ‘órgão’ ou de ‘zângão’- respondi eu, com a natural segurança que se exigiria a um professor de Português.
- A stora não acerta uma! Então não sabe que a palavra com mais assentos é autocarro?!


E depois destes breves exemplos, quem terá a coragem de dizer que as aulas de Língua Portuguesa não são divertidas?

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Falar é com elas...

Hoje foi dia, (mas também tarde e, por pouco, não se tornou noite) de orais em St. Bede's College. As meninas, sendo apenas três, conseguiram ser cinco estrelas (se a Matemática não puder explicar este fenómeno, apelemos ao Português)! Na próxima Segunda-Feira, será a vez de os rapazes brilharem. Assim sendo, boa sorte para eles e, para elas, muitos parabéns!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Comemoração do dia 21 de Março




Convidados a cozinharem um poema sobre a própria poesia, para saborearmos em conjunto no dia que lhe é dedicado (21 de Março), os nossos aprendizes de poetas serviram-nos um manjar de metáforas, imagens, personificações… As sinestesias e aliterações, como a cereja no topo do bolo, fizeram a delícia dos sentidos!



Texto colectivo


A Poesia

A poesia é uma bailarina
Leve, terna, suave
Como o reflexo da lua
Cintilando tépida
Sobre sílabas em sintonia.

Sons derramados
No papel
Nu
Que se banham nas cores da Primavera,
Que se enfeitam com letras soltas ao vento
Que dançam, que dançam, que dançam.

É esta a sensual valsa da poesia…

Autores: João, Liliana, Nadine, Rute, Sónia, Tânia, Telma
(Haven High Technology College)

À excepção da nossa Sónia, que achou a mistura um tanto enjoativa, todos os comensais (já cá faltava uma palavrinha a pedir uma ida ao dicionário) ficaram com vontade de repetir a dose…

domingo, 6 de maio de 2007

Sabedoria Juvenil



A propósito do estudo de textos da tradição oral, foi pedido aos alunos que submetessem alguns velhinhos provérbios a um "peeling" (um anglicismo de vez em quando é permitido em terras de Sua Majestade) verbal.

Eis os resultados...



Não deixes para amanhã…


… o que passa de prazo hoje. (Stephanie Rosa)

… o que a tua mãe pode fazer por ti hoje. (Liliana Costa)

… o que podes fazer depois de amanhã. (Tânia Rebimba)

… o que podias ter feito ontem. (Ivo Coimbra)



Quem tem boca …

… não tem bico. (Nadine Marques)
… fala de mais e "come". (Rute Pinto)


Gato escaldado…

… não pôs protector. (Nadine Marques)


A cavalo dado…

… não te esqueças de dizer obrigado. (Nadine Marques)


Cavalo dado…

… vem aleijado! (Tânia Rebimba)


Casa roubada…

… polícia ocupada. (Liliana Costa)


A galinha da vizinha…

… ainda há-de ser minha. (Nadine Marques)

Nunca digas…

… nada a um surdo. (Tânia Rebimba)



Em terra de cegos, quem tem olho é…


… Ciclope. (Stephanie Rosa)


Com mais humor do que seriedade, lá vão os nossos jovens dizendo a verdade...

Projecto de Salvamento da Língua Portuguesa - Contra "ventux i tempxtadx"

Caros marinheiros:

Navegar na internet horas a fio pode ser, além de divertido, bastante útil, se não insistirmos em deixar em terra o Português, esse velho e sábio lobo dos mares. Assim, recordo aos tripulantes do Menos Sólido Navio que, cumprindo o acordado, reservem dois dias semanais para comunicarem sem "prexas" e "atropelus" à gramática até ao momento de se despedirem com muitos beijinhos em vez dos "mt" abreviados "bjinhux". Desta forma, depressa chegarão a bom porto e sem o perigo de naufragarem pelo caminho...

Boa viagem!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Símbolos nacionais: a bandeira portuguesa



Olá, jovens!
Na sequência das aulas que dedicámos ao estudo dos símbolos da nacionalidade, "fabriquei", especialmente para vocês, um jogo poético inspirado nos diversos elementos da bandeira portuguesa.
Vamos agora testar a compreensão do texto e, claro, os vossos conhecimentos sobre a matéria. Se tiverem dúvidas, observem atentamente a imagem da bandeira que coloquei no topo do poema para vos avivar a memória.
Bom trabalho!


Poema Matriótico

Verde-esperança,
vê de vontade
de vencer e de bonança...
Vê dA Ventura!
Verde-água: vê de vento, de vela e de vaga...
Mar de lágrimas
de MARinheiro;
Mar-é de sangue
Vermelho-vivo de aMAR de mais:
Cor da paixão, cor de
CORdas, mastros e laços, cor de
CORação CORtado em dois
Olhos de ver: ver de VERde e de VERmelho e de
VERdade. Verde-verdade, ver de verdade:
Conhecer, descobrir, navegar,
CRUZar o mar:
Cruz de Cristo mais AR de
Céu azul: azul de mar e branco de espuma, no centro do escUdo
o U de uniVERSO…
VER só a VERdade no VERso dos poetas
(NO verso nu, verSOnhado)
e reVER-de vez em quando para não esquecer
As conquistas, com quinas e castelos:
Cem vitórias, sem derrotas; mil rotas por mar e por terra de seda e de canela e de ouro
Na esfera armilar,
No centro do mundo que Portugal descobriu,
No centro do mundo que descobriu: Portugal,
No centro do mundo que descobriu Portugal.

Alessandra Oliveira
Exercícios (Key stage 4)

I. Depois de leres atentamente o texto, responde às questões que te são colocadas.

1. 1.Refere a época histórica a que se refere este poema. Justifica.

1.2. Faz uma lista de palavras do texto que se relacionem em termos de sentido com este importante marco da História de Portugal, de modo a construires a sua área vocabular.

1.3. Selecciona, de entre esses vocábulos, aqueles que estão representados na bandeira de Portugal.

1.4. Copia o verso em que é feita alusão à esfera armilar.

1.5. Explica a simbologia deste elemento.

2.1. Transcreve do texto as palavras e expressões que lhe conferem um sabor nacionalista, de exaltação da pátria.

2.2. Que recurso expressivo é sobretudo usado para realçar esta ideia?
a) Comparação;
b) adjectivação;
c) jogos verbais e fónicos (de sons).

3. Ao longo do poema, há um dos cinco sentidos que se destaca.

3.1. Indica-o.

3.2. Transcreve do texto excertos que ilustrem a tua resposta.

3.3. Clarifica a relação que tem com a época histórica a que se faz referência no poema.

4.1. Explica a razão pela qual estão maiusculadas as letras NO e SO no verso «NO verso nu, verSOnhado».

5. Conforme sugere o texto, os Portugueses não se elevaram apenas pelo sucesso da empresa marítima, mas pela forma como a contaram/cantaram às gerações vindouras.

5.1. Sublinha os versos que documentam esta afirmação.

5.2. Refere o nome do poeta que narrou a aventura marítima dos Portugueses em verso.

6. Atenta nos três últimos versos do poema:
1. «no centro do mundo que Portugal descobriu»;
2. «no centro do mundo que descobriu: Portugal»;
3. «no centro do mundo que descobriu Portugal».

6.1. Faz corresponder a cada um destes versos a interpretação que melhor lhe convém:

a) O mundo passou a conhecer Portugal pela grandiosidade da empresa marítima que levou a cabo.
b) Portugal foi responsável pela descoberta de zonas desconhecidas do globo.
c) Portugal ocupou/ocupa uma posição de relevo no mundo.

7. Procura explicar o título, riscando a(s) hipótese(s) de interpretação que julgares incorrectas:

a) O neologismo "matriótico" sugere o tom nacionalista de um poema que pretende fazer (re)nascer no espírito do leitor o amor pela pátria.
b) O neologismo "mátriótico" é formado pela fusão dos adjectivos "má" e "patriótico", preparando-nos para a leitura de um poema que condena todos aqueles que desprezam o seu país ou ignoram as grandes façanhas passadas do povo português.
c) O neologimo "matriótico" resulta do adjectivo patriótico e sugere as origens do nome elevado de Portugal.

II. Relê agora o poema em voz alta e atenta na sua sonoridade.

1.1. Indica o(s) som/sons que, repetido(s), melhor poderia(m) recriar o sibilar do vento, inflando as velas das naus portuguesas na época dos Descobrimentos.

1.2. Como se designa o recurso estilístico que consiste na repetição intencional e sugestiva de sons?
a) Metáfora;
b) personificação;
c) aliteração.

2. Na expressão «cem vitórias, sem derrotas», há um jogo de ideias assente na relação entre duas palavras com a mesma sonoridade.

2.1. Indica-as.

2.2 Como se designam estas palavras que se pronunciam da mesma forma mas possuem grafia e significados distintos?
a) Homónimas;
b) homógrafas;
c) homófonas;
d)parónimas.

2.3. Preenche os espaços com as letras de duas palavras do texto que, tal como as que indicaste na questão anterior, têm o mesmo som, mas grafia e significados diferentes:
__ __ / __ __

III. Atenta agora na estrutura externa do poema.

1.1. Indica o número de versos e estrofes que o constituem.

1.2. Seria possível, na tua opinião, dividir o poema em mais estrofes?

1.3. 1. Se a tua resposta for afirmativa, propõe uma nova divisão.

1.3.2. Se a tua resposta, pelo contrário, for negativa, justifica-a adequadamente.

IV. Toma agora tu o leme e, vogando pelos mares da imaginação, descobre uma nova forma de expressares o teu patriotismo. Afinal, o valor de um povo e de uma cultura não pode ficar submerso num passado tão longínquo...

a) Redige um novo texto, em prosa ou em verso, em que fales das mais recentes conquistas dos Portugueses.
b) Se preferires, compõe um poema em que satirizes este nacionalismo passadista e proponhas novas alternativas para a revalorização do teu país. Como título, sugiro-te "Poema patridiótico".

Fico, então, à espera das tuas respostas. Até breve!